Evangelho

03 de Outubro - Ano A

Lucas 10,25-37

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 10 25 levantou-se um doutor da lei e, para pô-lo à prova, perguntou: "Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?"
26 Disse-lhe Jesus: "Que está escrito na lei? Como é que lês?"
27 Respondeu ele: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento; e a teu próximo como a ti mesmo".
28 Falou-lhe Jesus: "Respondeste bem; faze isto e viverás".
29 Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: "E quem é o meu próximo?"
30 Jesus então contou: "Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto.
31 Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante.
32 Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante.
33 Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão.
34 Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele.
35 No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: ?Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei?.
36 Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?"
37 Respondeu o doutor: "Aquele que usou de misericórdia para com ele". Então Jesus lhe disse: "Vai, e faze tu o mesmo".
Palavra da Salvação.




ComentÁrio do Evangelho
A PRÁTICA DA MISERICÓRDIA

A parábola do bom samaritano mostra-nos o amor misericordioso como o único meio de obter a vida eterna. Engana-se quem pretende alcançar este objetivo mediante a prática minuciosa dos mandamentos, a busca da pureza ritual, o respeito às tradições, se tudo isto carecer do respaldo da vivência da misericórdia. Seguramente, o primeiro a ser questionado pelo ensinamento de Jesus e ver-se obrigado a mudar de mentalidade foi o mestre da Lei, que pretendia colocá-lo à prova.
A parábola apresenta-nos alguns aspectos da misericórdia, como Jesus a entendia. O samaritano põe-se a ajudar um judeu, sem se importar com as rixas que sempre existiram entre os dois povos, mostrando, assim, que a verdadeira misericórdia é dirigida a todas as pessoas, sem exceção. O assistido pelo samaritano é alguém expoliado, vítima da maldade humana, jogado à beira do caminho, como algo sem valor. Isto mostra que a misericórdia deve dirigir-se mormente aos pobres e deserdados deste mundo.
O samaritano muda todos os seus planos, ao deparar-se com alguém necessitado de sua assistência. Essa atitude indica que a misericórdia exige que deixemos de lado nossos programas e esquemas, ao nos depararmos com o irmão carente. O samaritano faz todo o possível e ainda se oferece para custear a hospedagem de seu assistido. Isto sugere que a misericórdia desconhece limite, indo além de quanto se possa previamente imaginar.

Oração
Espírito de amor misericordioso, que a indigência e o sofrimento de meus semelhantes levem-me a manifestar-lhes meu amor, com gestos concretos de misericórdia.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Leitura
Jonas 1,1-2,1.11
Leitura da profecia de Jonas.
1 1 A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amitai, nestes termos:
2 "Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e profere contra ela os teus oráculos, porque sua iniqüidade chegou até a minha presença".
3 Jonas pôs-se a caminho, mas na direção de Társis, para fugir do Senhor. Desceu a Jope, onde encontrou um navio que partia para Társis; pagou a passagem e embarcou nele para ir com os demais passageiros para Társis, longe da face do Senhor.
4 O Senhor, porém, fez vir sobre o mar um vento impetuoso e levantou no mar uma tempestade tão grande que a embarcação ameaçava espedaçar-se.
5 Aterrorizados, os marinheiros puseram-se a invocar cada qual o seu deus, e atiraram no mar a carga do navio para aliviarem-no. Entretanto, Jonas tinha descido ao porão do navio e, deitando-se ali, dormia profundamente.
6 Veio o capitão e o despertou: "Dorminhoco! Que estás fazendo aqui? Levanta-te e invoca o teu Deus, para ver se ele se lembra talvez de nós e nos livre da morte".
7 Em seguida disseram os marinheiros entre si: Vinde e tiremos à sorte para sabermos quem é a causa deste mal. Lançaram a sorte e esta caiu sobre Jonas.
8 E perguntaram-lhe: "Tu, por quem nos acontecem estes males, dize-nos qual é a tua profissão? De onde vens? A que país e a que raça pertences?"
9 "Sou hebreu", respondeu ele. "Adoro o Senhor, Deus dos céus, que criou o mar e todos os continentes".
10 Ficaram então aqueles homens possuídos de grande temor, e disseram-lhe: "Por que fizeste isto?" Pois tinham compreendido, pela própria declaração de Jonas, que este fugia para escapar à ordem do Senhor.
11 E disseram-lhe: "Que te havemos de fazer para que o mar se acalme em torno de nós? Porque o mar tornava-se cada vez mais ameaçador".
12 "Tomai-me, disse Jonas, e lançai-me às águas, e o mar se acalmará. Reconheço que sou eu a causa desta terrível tempestade que vos sobreveio".
13 Os homens remavam para ver se conseguiam ganhar a costa, mas em vão, porque o mar se embravecia cada vez mais contra eles.
14 Então invocaram o Senhor: "Senhor, disseram eles, não nos façais perecer por causa da vida deste homem, nem nos torneis responsáveis pela vida deste homem que não nos fez mal algum. Vós, ó Senhor, fizestes como foi do vosso agrado".
15 E, pegando em Jonas, lançaram-no às ondas, e a fúria do mar se acalmou.
16 Tomada de profundo sentimento de temor para com o Senhor, a tripulação ofereceu-lhe um sacrifício, acompanhado de votos.
2 1 O Senhor fez que ali se encontrasse um grande peixe para engolir Jonas, e este esteve três dias e três noites no ventre do peixe.
11 Então o Senhor ordenou ao peixe, e este vomitou Jonas na praia.
Palavra do Senhor.
Salmo Jn 2
Retirastes minha vida do sepulcro, ó Senhor!

Do fundo do abismo, do ventre do peixe,
Jonas rezou ao Senhor, o Seu Deus,
a seguinte oração.

Na minha angústia clamei por socorro,
pedi vossa ajuda do mundo dos mortos
e vós me atendestes.

Senhor, me lançastes no seio dos mares,
cercou-me a torrente, vossas ondas passaram
com furor sobre mim.

Então, eu pensei: eu fui afastado
para longe de vós; nunca mais hei de ver
vosso templo sagrado.

E, quando minhas forças em mim acabavam,
do Senhor me lembrei, chegando até vós
a minha oração.