Evangelho

03 de Outubro - Ano B

Lucas 9,57-62

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu tudo considero como perda e como lixo a fim de eu ganhar Cristo e ser achado nele! (Fl 3,8s)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 9 57 enquanto caminhavam, um homem disse a Jesus: “Senhor, seguir-te-ei para onde quer que vás”.
58 Jesus replicou-lhe: “As raposas têm covas e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”.
59 A outro disse: “Segue-me”. Mas ele pediu: “Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai”.
60 Mas Jesus disse-lhe: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o Reino de Deus”.
61 Um outro ainda lhe falou: “Senhor, seguir-te-ei, mas permite primeiro que me despeça dos que estão em casa”.
62 Mas Jesus disse-lhe: “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus”.
Palavra da Salvação.




ComentÁrio do Evangelho

EU TE SEGUIREI
O seguimento de Jesus comporta exigências radicais e supõe rupturas. Só quem, de fato, optou pelo Reino é capaz de submeter-se a elas. Jesus defrontou-se com pessoas dispostas a segui-lo, mas sem terem suficiente consciência do que isto comportaria.
Àquele homem que se dispôs a segui-lo por toda parte, Jesus recordou a pobreza que o discípulo deveria abraçar: assim como o Filho do Homem não tinha onde reclinar a cabeça, o mesmo se passaria com quem desejasse segui-lo. Deveria estar disposto, nas suas longas caminhadas, a abrir mão de muitas comodidades e não perder o ânimo, quando se visse privado até mesmo do alimento. O seguimento se dá na pobreza e no despojamento.
A quem pediu permissão para, antes, ir enterrar o pai, Jesus exigiu a imediata execução da ordem: "Segue-me". Não havia por que esperar até a morte do pai para sentir-se liberado para seguir Jesus. Quanto ao pai, haveria quem cuidasse dele em suas necessidades. O discípulo foi desafiado a colocar o serviço do Reino acima do afeto familiar.
E aquele que desejou ir despedir-se dos familiares antes de seguir Jesus, foi alertado quanto à necessidade de ter um coração indiviso. Nada de seguir Jesus e, ao mesmo tempo, ter a atenção desviada para outra direção. E necessário entregar-se todo ao projeto do Reino,
Portanto, o Mestre não aceitava adaptar o discipulado à conveniência de seus seguidores.

Oração 

Senhor Jesus, quero seguir-te, submetendo-me às exigências do discipulado, sem olhar para as minhas conveniências e meus interesses.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)

Leitura
Jó 9,1-12.14-16
Leitura do livro de Jó.
9 1 Jó tomou a palavra nestes termos:
2 “Sim; bem sei que é assim; como poderia o homem ter razão contra Deus?
3 Se quisesse disputar com ele, não lhe responderia uma vez entre mil.
4 Deus é sábio em seu coração e poderoso, quem pode afrontá-lo impunemente?
5 Ele transporta os montes sem que estes percebam, ele os desmorona em sua cólera.
6 Sacode a terra em sua base, e suas colunas são abaladas.
7 Dá uma ordem ao sol que não se levante, põe um selo nas estrelas.
8 Ele sozinho formou a extensão dos céus, e caminha sobre as alturas do mar.
9 Ele criou a Grande Ursa, Órion, as Plêiades, e as câmaras austrais.
10 Fez maravilhas insondáveis, prodígios incalculáveis.
11 Ele passa despercebido perto de mim, toca levemente em mim sem que eu tenha percebido.
12 Quem poderá impedi-lo de arrebatar uma presa? Quem lhe dirá: ‘Por que fazes isso?’
14 Quem sou eu para replicar-lhe, para escolher argumentos contra ele?
15 Ainda que eu tivesse razão, não responderia; pediria clemência a meu juiz.
16 Se eu o chamasse, e ele não me respondesse, não acreditaria que tivesse ouvido a minha voz”.
Palavra do Senhor.
Salmo 87/88
Chegue a minha oração até a vossa presença!

Clamo a vós, ó Senhor, sem cessar, todo o dia,
Minhas mãos para vós se levantam em prece.
Para os mortos, acaso, faríeis milagres?
Poderiam as sombras erguer-se e louvar-vos?

No sepulcro haverá quem vos cante o amor
E proclame entre os mortos a vossa verdade?
Vossas obras serão conhecidas nas trevas,
Vossa graça, no reino onde tudo se esquece?

Quanto a mim, ó Senhor, clamo a vós na aflição,
Minha prece se eleva até vós desde a aurora.
Por que vós, ó Senhor, rejeitais a minha alma?
E por que escondeis vossa face de mim?